sábado, 8 de dezembro de 2018

Ibama nega licença para empresa francesa explorar petróleo perto dos Corais da Amazônia


Órgão apontou problemas no plano da Total caso aconteça um vazamento e o risco do óleo afetar os Corais da Amazônia

A empresa francesa Total não poderá explorar petróleo na costa do Amapá, próximo aos Corais da Amazônia. Hoje, o Ibama publicou uma nota em que nega a licença para a petrolífera.

No despacho a presidente do Instituto, Suely Araújo, aponta a existência de profundas incertezas relacionadas ao Plano de Emergência Individual (PEI) do empreendimento, que são agravadas pela possibilidade de um vazamento de óleo afetar os recifes biogênicos da região, conhecidos como Corais da Amazônia, e a biodiversidade marinha. Informações falhas e inconsistências no documento da Total já haviam sido destacadas pelo Greenpeace desde o início da campanha “Defenda os Corais da Amazônia, em janeiro de 2017, e, segundo o Ibama, não foram sanadas pela Total.

“Essa é uma ótima notícia para os Corais da Amazônia, um ecossistema único e do qual ainda se sabe pouco. E uma ótima notícia para as comunidades locais e o ativismo ambiental porque prova o poder da mobilização popular. Essa vitória mostra que o ativismo, assim como o trabalho técnico realizado pelo Ibama, devem ser valorizados no país”, diz Thiago Almeida, coordenador da campanha Defenda os Corais da Amazônia, do Greenpeace Brasil.

Há dois anos, o Greenpeace está junto a cientistas, à população do Amapá e a mais de 2 milhões de pessoas que assinaram uma petição online para destacar os riscos que a exploração de petróleo poderia trazer aos Corais da Amazônia.

Parte desse trabalho consistiu em expedições para estudo científico do recife. Entre as descobertas está a estimativa de que o ecossistema teria 56 mil km2 de extensão – podendo ser um dos maiores recifes da América do Sul; a existência de um banco de rodolitos dentro de um dos blocos da Total; e o prolongamento da formação recifal até a Guiana Francesa.

Além da Total, a britânica BP também obteve um bloco na bacia da Foz do Amazonas e seu processo de licenciamento ambiental segue em andamento.

“Essa vitória dá um recado para as gigantes do petróleo: Não há mais espaço para uma atividade econômica que ameace a natureza e as pessoas. E que também  incentive uma fonte de energia que contribui para o aquecimento global”, diz Almeida.

Fonte> RG 15/O Impacto e Greenpeace

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