sábado, 14 de setembro de 2019

Técnicos da Adepará e do Tocantins monitoram população de morcegos

“Casas” dos mamíferos voadores estão sendo cadastradas e monitoradas pelos técnicos em São Geraldo do Araguaia/Foto: Ascom / Adepara
Técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) realizam, em parceria com servidores da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), até esta sexta-feira (13), cadastramento e, posterior monitoramento, dos abrigos de morcegos hematófagos na região de São Geraldo do Araguaia, sudeste paraense. O objetivo é saber quantas “casas” dos mamíferos voadores há no Estado, para então elaborar e pôr em prática ações ainda mais efetivas que controlem a população desses animais.
Os morcegos são muito importantes para o ecossistema, sendo responsáveis pelo controle da população de insetos, roedores, flora, dentre muitos outros benefícios. Seu desaparecimento poderia resultar em um desequilíbrio de grandes proporções na natureza. Os hematófagos, especificamente, se alimentam exclusivamente de sangue, por conta disso, são conhecidos como “morcegos vampiros”.
“Os morcegos hematófagos, infectados com o vírus da raiva, podem transmiti-la para os animais e pessoas. Esse vírus mata! Em todo o Pará, esse ano, tivemos dez casos confirmados de herbívoros com raiva”, informa a médica veterinária da Adepará, Arlinéa Rodrigues, coordenadora do Programa Estadual do Controle da Raiva dos Herbívoros.
A transmissão se dá quando a saliva do hematófago infectado entra em contato com outro animal ou com o ser humano, por meio da mordida ou ferida aberta. Por isso, o contato com qualquer tipo de morcego dever ser evitado.
“O principal a fazer é evitar ocupar o habitat do morcego, não construir casas dentro das matas e, se construir, se assegurar de que não haverá portas para que ele entre na residência. É fundamental, também, que o cidadão avise os técnicos da Adepará mais próxima em caso de espoliações por hematófagos em outros animais. Os morcegos fazem parte do nosso bioma e são fundamentais, então, não devemos matá-los, mas sim controlar a sua população”, acrescenta Arlinéa Rodrigues. A espoliação é quando o morcego se alimenta do sangue de outros animais.
A parceria com técnicos da Adapec vai fortalecer o cumprimento de algumas metas estabelecidas pelo Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros. Dentre elas estão o cadastramento e registro de abrigos, com repasse de informações ao PNCRH e o controle populacional de morcegos hematófagos.

Animais são fundamentais para o ecossistema, mas podem transmitir raiva, por isso é importante controlar a sua população
Foto: Ascom / Adepara
Também fazem parte desse projeto a educação sanitária, através da conscientização dos produtores rurais e crianças nas escolas, a caracterização de área de risco, ação continuada ao cadastramento de abrigos, capturas de morcegos hematófagos, atendimento a notificações e vigilância ativa.
“O estreitamento da parceria entre os estados do Pará e Tocantins, através da realização de ações conjuntas, fortalece as medidas de prevenção e controle estabelecidas junto ao PNCRH, em prol do controle da raiva dos herbívoros no Brasil”, diz ainda a médica veterinária.
Santarém
A Adepará, em parceria com o Programa Estadual do Controle da Raiva dos Herbívoros do Instituto Mineiro Agropecuário (IMA), realizou entre 26 e 29 de agosto último, em Santarém, Baixo Amazonas, treinamento de atualização e capacitação sobre biologia, captura, taxidermia de morcegos hematófagos e coleta de material encefálico, para diagnóstico de doença nervosa, como a raiva ou encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como doença da “vaca louca”.
Foram capacitados 20 servidores da Adepará, entre médicos veterinários e técnicos das regionais de Santarém, Altamira, Itaituba, Novo Progresso, Almeirim e Oriximiná, além de acadêmicos de medicina veterinária da Universidade da Amazônia, em Santarém.

Por Governo do Pará (SECOM)
*Texto: Ascom Adepará

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