terça-feira, 29 de outubro de 2019

Jogadores acusam PMs de racismo durante abordagem em ônibus

Reprodução

Uma guarnição da Polícia Militar está sendo acusada de racismo por três jovens atletas que estavam como passageiros de um ônibus que fazia a linha Tomé-Açu/Belém nesta segunda-feira (28). À reportagem do DOL, uma das vítimas, que por precaução prefere manter a identidade em sigilo, contou como tudo aconteceu.

“Nós estávamos voltando de um campeonato em Concórdia do Pará. No ônibus éramos quatro amigos, três negros e tatuados e um branco e sem tatuagens. Estávamos com os fones de ouvido e descansando, quando vimos dois policiais subirem no ônibus. Eles passaram por nós e voltaram depois fazendo a abordagem”, conta.

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De acordo com a versão da vítima, os agentes disseram que tinham recebido uma denúncia e que ia revistar os três. Neste momento os atletas perceberam que algo estava errado. “Perguntei pra eles porque não iam revistar meu outro amigo, e ele disse que quem fez a denúncia disse que nós três estávamos colocando medo nos passageiros e que precisávamos descer do ônibus para sermos revistados”, diz.

Diante do constrangimento, um dos atletas se revoltou com a abordagem, e disse que os policiais tinham que revistar todos os passageiros, uma vez que não encontraram nada com eles. “Nesse momento um dos PMs disse pra gente calar a boca e descer”. Segundo a vítima, quando saíram do veículo a abordagem se tornou ainda mais truculenta.

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“Eu e meu irmão dissemos que íamos procurar nossos direitos, e nesse momento ele deu uma gravata no meu irmão, quis levar ele pro camburão como bandido, dizendo que ia mostrar os direitos dele na delegacia”, revela.

Os quatro amigos foram para delegacia, onde foram ouvidos e logo em seguida retornaram a Belém. Para os jovens, que estão convictos de que foram vítimas de racismo, amanhã será o primeiro dia na busca por Justiça.

“Nossos advogados já estão cuidando de tudo. Esperamos ir amanhã à corregedoria. Vou ser sincero, eu ainda estou chocado com o que houve. Eu sei que as pessoas tem preconceito, eu já fui parado algumas vezes, mas dessa maneira não. Nós queremos Justiça e que isso não ocorra com mais ninguém simplesmente por questão de aparência”, finaliza.

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A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar e aguarda posicionamento.

Fonte: Diário Online

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