quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Pará registra queda no número de jovens ocupados entre 2017 e 2018

Governo federal lançou programa sob argumento de estimular a contratação de jovens entre 18 a 29 anos | Agência Brasil

Sob o argumento de estimular a contratação de jovens entre 18 e 29 anos, além de pessoas com deficiência e profissionais que estavam afastados do mercado de trabalho formal devido a algum acidente ou adoecimento, o governo federal lançou, anteontem, o Programa Verde Amarelo. A medida visa retirar ou reduzir algumas obrigações patronais da folha de pagamento, com a perspectiva de beneficiar cerca de 4 milhões de pessoas em 3 anos.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pará), tendo como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD/IBGE), em 2018, a população jovem de 15 a 29 anos, residente no Pará, era composta por 2.199.959 pessoas, sendo que 40,6% (894.812 pessoas) estavam ocupadas.

O levantamento mostrou que a maioria dos jovens ocupados estava na condição de empregado, com ou sem carteira assinada, sendo 59,3% (530.917 pessoas) do total. Outros 25,7% (229.833 pessoas) trabalhavam por conta própria; 9,3% (82.926 pessoas) eram trabalhadores familiares auxiliares; no trabalho doméstico eram 4,4% (39.301 pessoas) e na condição de empregadores eram 1,3% (11.835 pessoas). Com a queda de 11,49% na ocupação de jovens no Pará, entre 2017 e 2018, aumentou o número de jovens desocupados no Estado, alcançando mais de 1,2 milhão de pessoas ano passado.

O programa lançado pelo governo federal pode representar uma oportunidade para os públicos incluídos conquistarem uma vaga de emprego no mercado formal. Contudo, na avaliação do diretor de recursos humanos da empresa Trainee RH, Thallys Ferreira, se por um lado a medida beneficia pessoas que não possuem experiência profissional, por outro lado exclui profissionais mais experientes, com idade mais avançada, o que pode, na opinião dele, aumentar ainda mais a desigualdade no mercado de trabalho.

“Hoje temos dois problemas no mercado de trabalho: os jovens que não conseguem emprego por não ter experiência e o público mais experiente por ter idade mais avançada”, disse. “Acredito em um programa mais completo, abrangendo tanto jovens quanto os mais experientes, para gerar, de fato, um maior número de empregos, minimizando esses dois grandes problemas”.

VAGAS

Para os jovens de 18 a 29 anos que pretendem conquistar uma vaga, a recomendação é investir em qualificação, fazendo cursos para o aperfeiçoamento na área escolhida. Além disso, é visto com bons olhos pelos recrutadores ter um currículo limpo e objetivo, destacando as principais competências e qualificações. “Tem que ter foco, fazer cursos destinados à área que você está pleiteando a vaga e que conversem entre si. O mercado espera que o profissional tenha qualificação para aquela determinada área”.

VEJA COMO MONTAR SEU CURRÍCULO

- O primeiro passo para melhorar o currículo é investir na capacitação profissional. Se a vaga pleiteada é na área de vendas, o ideal é que o candidato busque se aperfeiçoar na área fazendo cursos, por exemplo.

- O currículo é o seu cartão de visita e precisa ser informativo e objetivo.

- Pessoas com experiência devem personalizar o currículo com informações relacionadas a vaga, citando experiências anteriores.

- O currículo não precisa ter foto nem documentos pessoais. Mas deve conter cabeçalho com nome, endereço, telefone e e-mail profissional do candidato. No campo do objetivo, deve ser informada a vaga pleiteada.

- Em seguida, vem as informações sobre a formação profissional, escola, faculdade. Depois devem vir informações adicionais como cursos, idiomas, entre outros.

- Organize a leitura para que seja objetiva. Cuidado com os erros de português e evite o uso de gírias.

- Recentes pesquisas de RH mostram que o recrutador demora, no máximo, sete segundos para ler um currículo, então personalize-o com palavras-chaves, de acordo com a vaga.

Fonte: Diretor de recursos humanos, Thallys Ferreira

PESQUISA

Do total de empregados, de 15 a 29 anos, cerca de 46,2% estava sem carteira assinada (263.462 pessoas) e em torno de 40,4% (230.562 pessoas) com carteira assinada. O restante, correspondente a 13,4% (76.194 pessoas), atuava no setor público, militares e/ou estatutários. Com a queda de 11,49% na ocupação de jovens no Pará, entre 2017 e 2018, aumentou o número de jovens desocupados em todo o Estado, alcançando mais de 1,2 milhão de pessoas ano passado.

Fonte: Agencia Pará



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