(Foto:Rprodução)
A Polícia Civil do Pará informou nesta segunda-feira (27) que retomou as investigações sobre os incêndios criminosos que atingiram uma reserva florestal em Alter do Chão, oeste do estado. Segundo a Polícia, as diligências foram pedidas pelo Ministério Público Federal. De acordo com o órgão, faltaram elementos no primeiro inquérito policial, que indiciou cinco pessoas como os responsáveis pelo incêndio.
Entre os indiciados, estão quatro brigadistas que trabalhavam no combate às queimadas em Alter do Chão. O primeiro inquérito foi concluído com base em materiais apreendidos e interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. Todos os indiciados negam os crimes.
De acordo com a Polícia, as investigações foram retomadas após o Ministério Público realizar a devolução do inquérito na última sexta-feira (24). As novas diligências devem incluir laudos periciais atualizados, novos depoimentos e mais quebras de sigilos telefônicos.
Nos dias 14 e 15 de setembro de 2019 um incêndio criminoso atingiu uma Área de Proteção Ambiental (APA) de Alter do Chão. Ao todo, o incêndio atingiu uma área de mata equivalente a 1.647 campos de futebol, entre as comunidades da Capadócia e Ponta de Pedras.
A Polícia iniciou as investigações quatro dias depois dos incêndios. No dia 26 de novembro de 2019, a Polícia pediu a prisão preventiva de quatro brigadistas, que atuavam no combate as chamas.
Segundo a polícia, eles receberam mais de R$ 300 mil em doações, mas só declararam R$ 100 mil. De acordo com o delegado de Polícia Civil José Humberto Melo Jr, os indícios que levaram à prisão dos quatro suspeitos vieram depois de escutas telefônicas feitas com autorização judicial.
Da esquerda para a direita: Marcelo Cwerver, Gustavo Fernandes, João Romano e Daniel Gutierrez, brigadistas de Alter do Chão — Foto: Divulgação
Na sede do Projeto Saúde e Alegria, onde um dos brigadistas suspeito trabalha, a polícia apreendeu materiais como equipamentos e documentos
No dia 28 de novembro, o Tribunal de Justiça do Pará aceitou o pedido de habeas corpus realizado pela defesa dos brigadistas e liberou os suspeitos, mediante o cumprimento de medidas cautelares.
No dia 20 de dezembro de 2019, a Polícia finalizou o inquérito e indiciou os quatro brigadistas. Além deles, um homem conhecido como Ronnis Repolho Blair, conhecido como “Cebola”, que foi treinado pela brigada, também foi indiciado.
O documento diz que várias linhas investigativas foram apontadas, inclusive a participação de grileiros de terra ou de incêndios para limpeza de terrenos que teriam fugido ao controle. Mas, segundo o delegado “a investigação tomou rumo em direção à atividade dos líderes da Brigada de Alter do Chão.
Os 5 vão responder por dano a unidades de conservação e áreas de proteção ambiental (pena de 1 a 5 anos de prisão), concurso de pessoas (que pode agravar a pena) e associação criminosa (1 a 3 anos de prisão).
Em entrevista à TV Tapajós, em Santarém, o outro advogado de defesa do grupo, Wlandre Leal, disse que não tinha necessidade de os brigadistas serem presos, já que eles estavam colaborando com as investigações da polícia e apresentando documentos solicitados durante as investigações.
“Em relação às doações, do possível dinheiro desviado de doações, isso não procede de forma alguma. Tanto que eles têm em mãos a contabilidade probatória dos valores recebidos e repassados, que foram valores de despesas com transporte, alimentação, equipamentos. Tudo isso estará provado ao longo da instrução processual”, contou Wlandre.
Por:G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário