Carlos Alexandre de Oliveira Rua (sem camisa), Daniele Cristina Santos (blusa laranja) e Thiago Cardoso Martins (blusa preta). | Reprodução
Polícia Civil do Rio de Janeiro investigou uma conexão entra criminosos do estado com bandidos do Pará. Os paraenses são considerados aliados a maior facção criminosa do Rio e atuam com o tráfico de drogas e também roubos.
Desde o mês de junho a polícia já prendeu seis paraenses na cidade fluminense, sendo três deles apenas nas últimas duas semanas.
A quadrilha se envolveu em um crime no último dia 4 de dezembro, que parou parte da Zona Sul do Rio. Eles roubaram uma joalheria em Ipanema durante a fuga tomaram duas pessoas como reféns numa escola de ioga no Jardim Botânico. O inquérito da 14ª DP (Leblon) identificou seis integrantes do bando, cinco deles do Pará e apenas um do Rio.
Dois paraenses foram presos no mesmo dia do crime: um deles identificado por Vitor Ramon Pinheiro Macedo. Ele chegou a apresentar uma identidade falsa e disse ser do estado do Amazonas. Com ajuda da Polícia Civil do Pará, a delegacia do Leblon descobriu a verdadeira identificação do criminoso.
Victor Ramon Pinheiro Macedo. Reprodução
Os outros quatro integrantes da quadrilha que não foram capturados em flagrante terão as prisões pedidas pela justiça. A polícia ainda tem em mira outros criminosos naturais do Norte do país.
ESTRATÉGIA
As investigações revelaram ainda que os paraenses procuraram abrigo na favela da Rocinha e nos complexos do Alemão e da Penha. Alguns se tornaram soldados do tráfico, vendendo drogas. Como foi o caso de Cleiton Marques de Carvalho, o Messan, que foi preso por PMs na última quarta-feira (11) em São Conrado, Zona Sul do Rio. Ele estava escondido na Rocinha, e integrava o tráfico local. A polícia investiga ainda se Messan participou do assalto à joalheria.
"As investigações estão revelando uma forte aliança desses criminosos paraenses com os da maior facção criminosa do Rio, que vêm oferecendo apoio logístico e até mesmo permitindo que alguns deles trafiquem nas suas áreas", explicou o delegado titular da 14ª DP, Antenor Lopes Martins Júnior.
Entre os seis que foram já identificados na participação ao roubo à joalheria, um deles, Carlos Alexandre de Oliveira Rua, já tinha sido preso por policiais da 22ª DP no Complexo da Penha em junho deste ano. Mas logo em seguida o paraense foi solto pela Justiça, já que o Ministério Público não ofereceu denúncia contra ele no prazo estabelecido. Carlos Alexandre foi preso na companhia de Thiago Cardoso Martins, mais conhecido como Thiaguinho, e Daniele Cristina Santos, outros dois paraenses que também estavam foragidos da justiça.
A Polícia Civil do Rio apurou que os criminosos costumam andar com documentos falsos para encobrir suas verdadeiras identidades. Os criminosos tentam se aproveitar da ausência de um banco de dados de impressões digitais nacional, que iria permitir a consulta de cidadãos de todos os estados brasileiros. Além de Victor Ramon, Daniele e Thiago também andavam com documentos falsos no momento da prisão, mas acabaram sendo descobertos.
Em depoimento a polícia, Vitor Ramon disse que mostrou uma identidade falsa porque no Pará é acusado de diversos crimes. O paraense é acusado da morte de um policial militar, na Vila dos Cabanos, em Barcarena. E também de uma tentativa de latrocínio (roubo com resultado morte) de um policial civil em Abaetetuba, onde nasceu. Ele também é acusado de ter roubado a pistola de um PM em uma praia na Vila do Conde. Ele foi preso com a mesma arma ao roubar a joalheria no Rio. Victor Ramon disse ainda que foi para o Rio de ônibus e transportou a pistola dentro de uma mochila.
Cleiton Marques de Carvalho, o Messan, e Thiago Cardoso Martins, o Thiaguinho, também são acusados da morte de policiais militares no Pará.
No Rio, Victor Ramon foi preso ao lado de Jefferson Alexandre Amaral de Souza, que foi baleado e está internado. Além de Carlos Alexandre de Oliveira Rua, outros paraenses foram identificados como, Marcilene Vieira e um homem conhecido como Mão, que a polícia suspeita que está com identidade falsa no Rio. O carioca Wanderon Luis Pereira de Oliveira também foi identificado.
Fortalecimento da Facção no Pará
A maior facção criminosa do Rio se fortaleceu no estado do Pará há cerca de quatro anos, sob o comando do traficante Alberto Bararuá de Alcântara, o Beto Bararuá, que ficou preso em unidade federal de 2010 até 2012.
No período em que esteve preso teve contato com criminosos de diferentes partes do Brasil e, conseguiu fazer vários comparsas. Atualmente, a quadrilha do Rio de Janeiro é a mais forte no estado do Norte do país. Na última segunda-feira (9), Beto voltou a ser enviado para um presídio federal.
"A migração de bandidos para o Rio vem sendo monitorada pela Polícia Civil e pela Inteligência da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do estado do Pará (SEAD). Todos estão em nosso radar. A troca de informações com as polícias do Rio tem sido constante", afirmou o delegado do Pará Mac Dowell Fortes, diretor de Inteligência da SEAD.
Cleiton Marques de Carvalho. Reprodução
Com informações do portal Extra
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